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Conexão Com O Eu Superior

Conexão com o Eu Superior

Humberto Rohden (1893–1981) – Filósofo e Educador Brasileiro nasceu em Sta. Catarina.

Escreveu cerca de 50 obras sobre religião, ciência e filosofia. Em Princeton, conheceu Einstein – quando lançou os alicerces para o movimento mundial da Filosofia Univérsica. É biografo de Einstein, Gandi, Pascal, Jesus, Paulo de Tarso, entre outros. Transcrevemos alguns de seus textos abaixo, para reflexão:

O MISTÉRIO DO SILÊNCIO – LIVRO: EINSTEIN – O ENIGMA DO UNIVERSO

Para o homem profano e inexperiente, o silêncio é uma simples ausência de ruídos, sobretudo de ruído físicos.

E como o ego humano vive no ruído e do ruído, o silêncio representa para o homem profano a morte. O homem comum se afoga, literalmente, no oceano pacífico do silêncio. Um padre, interrogado se fazia de manhã uma hora de silêncio meditativo, respondeu-me que, se o fizesse, iria enlouquecer. Uma senhora muito religiosa afirmou-me que tinha certeza de que nem ela nem ninguém era capaz de fazer meia hora de meditação.

Ouve-se falar muito sobre o que Jesus disse e fez, mas não se fala sobre o que não disse e não fez, por exemplo: sobre os dezoito anos de silêncio em Nazaré e sobre os quarenta dias de silêncio no deserto.

Moisés e Elias passaram também quarenta dias de silêncio na solidão com Deus.

Francisco de Assis passou meses inteiros de silêncio nas alturas do Monte Alverne, depois do que apareceu o Cristo crucificado e lhe imprimiu as suas chagas.

Paulo de Tarso, após a sua conversão em Damasco, retirou-se para os desertos da Arábia, onde permaneceu três anos em silêncio com Deus.

Rabindranath Tagore e Mahatma Gandhi praticavam longos períodos de silêncio.

Um dos maiores tesouros que o Cristianismo oficial perdeu, nestes últimos séculos, foi, sem dúvida, o tesouro do silêncio dinâmico. E talvez seja esta uma das principais razões de sua ineficiência na sociedade humana.

Silêncio é receita – ruído é despesa. E quem tem mais despesas do que receitas abre falência. Aliás, esta nossa pobre humanidade de hoje esta permanentemente falida. Quando digo aos profanos que alguns grupos fazem periodicamente o seu Retiro Espiritual de três, Nove e mais dias de total silêncio, o inexperiente logo pensa em doença física ou mental. A razão deste horror ao silêncio é o conceito radialmente falso sobre silêncio. A maioria entende por silêncio não falar nem ouvir. Outros incluem no silêncio também a ausência de ruído mental e emocional, nada pensar e nada desejar.

Na sociedade encontramos pouquíssimas pessoas que entendem por silêncio uma grandiosa atitude de PRESENÇA CÓSMICA ou uma fascinante PLENITUDE UNIVÉRSICA.

Só pensam em silêncio como ausência e como vacuidade.

Curso de PNL

Enquanto o homem viver na falsa concepção, que quase todos nós aprendemos nos colégios e nas igrejas, de que meditação consiste em analisar determinados textos sacros, estão todas as portas fechadas e nunca aprenderemos a arte divina do silêncio fecundo e enriquecedor.

Meditar não é pensar. Meditar é esvaziar-se totalmente de qualquer conteúdo do ego e colocar-se, plenamente consciente, como canal vazio, diante da plenitude da fonte, ou em linguagem da Sagrada Escritura: Sê quieto – e saberás que Eu Sou Deus.

Pode-se dizer que a Teoria da Relatividade é uma fuga de todas as coisas relativas e um refúgio para dentro do absoluto.

Quem não vislumbrou, ou pelo menos farejou, o Absoluto, o Uno, em longos e profundos mergulhos de silêncio, não sente a vacuidade dos Relativos e o desejo do Absoluto.

Pela vacuidade do silêncio prolongado, a plenitude da alma flui irresistivelmente para dentro da vacuidade do cosmos humano.

O silêncio é a linguagem do espírito – que é interrompido pelo falar.

COMO CONCENTRAR-SE NO EU DIVINO – LIVRO: RUMO À CONSCIÊNCIA CÓSMICA

É este o doloroso problema desta sociedade de homens de boa vontade: como atingir o núcleo da natureza humana…

O nosso ego físico-mental-emocional é, por sua natureza: centrifugo e extrovertido, demandando sempre às periferias do mundo objetivo. O seu ambiente é o mundo externo, dos sentidos, da inteligência, das emoções. O nosso ego é visceralmente exteriorizante.

O nosso Eu Espiritual é essencialmente: centrípeto, introvertido, tendendo, sempre, ao centro da natureza humana. Esses dois pólos se acham no Universo. O UNO é do Eu, o VERSO é do ego. Sendo, porém o curso da nossa evolução de fora para dentro, é natural que primeiro atinjamos o VERSO e, somente mais tarde, o UNO.

Para o roteiro da nossa evolução, o Universo é Versuno: Os diversos em demanda do Uno, os Múltiplos em demanda do Simples.

Enquanto esses dois componentes do cosmos não estiverem harmonizados no composto único, não haverá paz e sossego na vida humana.

No Homem Profano prevalece o Verso. No Homem Místico impera o Uno.

Já o Homem Cósmico realiza a grande síntese do Universo: ele e o universo são um.

Ele é Universificado – é o Homem Univérsico.

Considerando que a maioria, a quase totalidade, da atual humanidade pertence ainda ao mundo dos profanos, é lógico que o primeiro passo a dar está em ultrapassar a fase caótica da dispersividade do ego, e entrar na zona mística do Eu.

A primeira etapa, nessa jornada do centrifuguismo ao centripetismo, do ego profano ao Eu sagrado, está na consciência do Eu místico.

Compilado por Maria de Fátima Estimado Corga – Psicóloga – CRP 13521/06, Terapeuta do Instituto Luz

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