A Visão limitada do Ego e a Teoria do Caos
Realidade. Toda e qualquer informação que captamos para elaboração do que concebemos por real provém de nossos 5 sentidos (tato, olfato, visão, audição e paladar). E que não são dos mais desenvolvidos por acaso… Temos plena consciência de que existem animais em nosso planeta que possuem sentidos mais desenvolvidos que os nossos. Animais que enxergam claramente à noite, que sentem cheiros à quilômetros de distância, que têm uma sensibilidade ao tato muito mais refinada, entre outros. Isso é fato. O que concebemos por realidade é meramente o que, em verdade, conseguimos captar de informação externa, e não o total de informação existente “lá fora”. Isso sendo dito, já é o suficiente para entendermos que nossa construção de realidade é limitada.
Além disso, existem duas matrizes sobre as quais estamos inseridos que mudam de forma mais profunda ainda o que chamamos de realidade e a forma como nos relacionamos com a mesma. Tempo e espaço.
Lembro de ter lido em algum lugar sobre como os humanos não enxergam os milagres. E os milagres acontecem naturalmente. O potencial, por exemplo, de uma árvore enorme existir dentro de uma pequenina semente é um milagre. Seria, talvez, mágica se víssemos uma semente se transformar em árvore instantaneamente. E ironicamente, o fator que definiria isto como mágica é a constante tempo; instantaneamente; e não o fator de uma árvore gigante sair de uma pequena semente. O fator espaço faz com que os fenômenos se estendam através do tempo, e por isso não vemos os milagres acontecerem da forma como concebemos o termo milagre. Ignoramos esses dois fatores (tempo espaço), pois estamos inseridos nos mesmos. Logo perdemos lucidez perante a realidade. Temos uma visão limitada perante a causalidade dos fenômenos.
E é exatamente isso que a Teoria do Caos veio para nos mostrar. Talvez você conheça a Teoria do Caos pelo nome mais comum de Efeito Borboleta. Em 1972, quando estudava os padrões meteorológicos, Edward Norton percebeu que havia uma conexão entre eventos aparentemente desconectados. Seria possível, que o bater de asas de uma borboleta no Brasil, um ato tão “insignificante” e pequeno, poderia causar um tornado no Texas? E fora a partir desse questionamento que a Teoria do Caos oficialmente surgiu em 1980. A teoria estuda o funcionamento de sistemas complexos e dinâmicos. Um pequeno evento nas condições iniciais produz efeitos, de grande escala muitas vezes, que acaba tornando a previsibilidade final praticamente impossível. Mas será que existe uma Ordem sutil, e não disponível à visão do Ego, que organiza tudo?
Sim. Uma pequena ação, influencia o sistema como um todo de forma imprevisível, provando que há uma Ordem por trás de toda a aparente complexidade e dinamismo do Caos. O eixo causa-efeito existe e não falha. Mas, como estamos imersos em um grande e complexo sistema, não conseguimos determinar a causa dos efeitos que vivemos. Sendo um sistema complexo, a causalidade não é única e sim multipla, o que causa uma grande confusão. Um “tudo acontece ao mesmo tempo”. Temos uma visão limitada da extensão de uma ação, e de quando seu efeito se manifestará. Mas uma coisa é certa. O acaso não existe. O grande mestre dos mestres. O 3 vezes Iniciado. Hermes já dizia há muito tempo em seu 6˚ princípio. “Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei.”
Gabriel Cop Luciano